Em 1530 os primeiros donatários portugueses decidem começar empreendimentos nas terras orientais do Novo Mundo, implementando o engenho de açúcar com conhecimento e tecnologia adquiridos nas Índias Orientais, vindas do sul da Ásia.

A geração inicial de colonizadores apreciava a bagaceira portuguesa e o vinho do porto. Assim como a alimentação, toda bebida era importada da metrópole. Num engenho da capitania de São Vicente, entre 1532 e 1548, descobrem o vinho de cana-de-açúcar – garapa azeda, que fica ao relento em cochos de madeiras para os animais, vinda dos tachos de rapadura. Os senhores de engenho passam a servir o tal caldo para os escravos. Daí é um pulo para destilar a bebida, nascendo assim a cachaça.

 

Dos meados do século XVI até metade do século XVII as “casas de cozer méis” se multiplicam nos engenhos. A cachaça torna-se moeda corrente para compra de escravos na África. Alguns engenhos passam a dividir a atenção entre o açúcar e a cachaça. A descoberta de ouro nas Minas Gerais traz uma grande população, vinda de todos os cantos do país, que constrói cidades sobre as montanhas frias da Serra do Espinhaço. A cachaça ameniza a temperatura.

 

Incomodada com a queda do comércio da bagaceira e do vinho portugueses na colônia e alegando que a bebida brasileira prejudica a retirada do ouro das minas, a Corte proíbe a partir de 1635 várias vezes a produção, comercialização e até o consumo da cachaça. Sem resultados, a Metrópole portuguesa resolve taxar o destilado. Em 1756 a aguardente de cana-de-açúcar foi um dos gêneros que mais contribuíram com impostos voltados para a reconstrução de Lisboa, destruída no grande terremoto de 1755. Para a cachaça são criados vários impostos conhecidos como subsídios, como o literário, para manter as faculdades da Corte.

 

Com o passar dos tempos melhoram-se as técnicas de produção. A cachaça é apreciada por todos. É consumida em banquetes palacianos e misturada ao gengibre e outros ingredientes, nas festas religiosas portuguesas – o famoso quentão.

 

Devido ao seu baixo valor e associação às classes mais baixas a cachaça sempre deteve uma áurea marginal. Contudo, nas últimas décadas, seu reconhecimento internacional tem contribuído para diluir o índice de rejeição dos próprios brasileiros, alçando um status de bebida chique e requintada, merecedora dos mais exigentes paladares. Atualmente várias marcas de boa qualidade figuram no comércio nacional e internacional e estão presentes nos melhores restaurantes e adegas residenciais pelo Brasil e pelo mundo.

 

Costela na Cachaça com abóbora

 

Ingredientes: 

Costela bovina (500grs) 

Sal (2grs) 

Alho (2 dentes) 

Cachaça (25ml) 

Suco de Laranja (20 ml) 

Caldo de carne escuro (300 ml)

Azeite (30 ml)

Tomilho (3 ramos)

Abóbora (250grs)

Manteiga (20grs)

Farinha de trigo (20grs)



Modo de Preparo: 


Tempere as costelas com o sal, o alho, a cachaça e metade do tomilho. Deixe na geladeira por 4 horas.

Aqueça a panela de pressão,  coloque o azeite de oliva e sele a costela em todos os lados até ficar dourada. Adicione o caldo de carne e cozinhe por 30 minutos após pegar pressão.

Corte a abóbora em cubos e cozinhe no vapor por 5 minutos. Tempere com azeite e tomilho, monte em um aro, desenforme e decore com o tomilho.

Retire a costela da panela de pressão e reserve quente para o preparo do molho. Retire o caldo que ficou na panela e coloque em dois copos longos para separar a gordura. Retire a gordura que ficou na superfície. Prepare o molho adicionando a farinha e a manteiga na frigideira, mexa até ficar uma massa homogênea e adicione o caldo aos poucos para não empelotar. Cozinhe por 5 minutos. O molho não é muito grosso, deve ficar um líquido viscoso.

Disponha as costelinhas em um prato, cubra com o molho, decore e sirva acompanhado de uma boa cachaça!

 

Bom apetite!