Em fisiologia, os termos aeróbico e anaeróbico estão relacionados ao processo biológico através do qual nós transformamos a energia química presente nos alimentos que ingerimos em combustível biológico ATP para manter a vida e para nos movimentar. Esse processo de transformação de energia, juntamente com outros processos químicos que acontecem no ambiente celular, fazem parte do que chamamos de metabolismo. Explicando o metabolismo. Segundo a biologia, nós humanos somos constituídos por 200 tipos de células distribuídas em uma comunidade cooperativa coerente de 100 trilhões de unidades. A proporção destas unidades varia de acordo com o tipo de estrutura que elas formam, como o coração, o fígado, os pulmões, o sangue, o músculo, a pele, os tendões, os ligamentos, os ossos, etc. Lembre-se que cada uma destas estruturas é formada por diversos tipos de células e que no metabolismo de todas estas células ocorrem processos de transformação de energia, pois a energia é necessária para produzirmos novas substâncias, gerar movimento, etc. Entenda como acontece a transformação de energia. Quando fazemos uma refeição, os alimentos são digeridos e transformados em substratos nutricionais, que serão transportados até as células. Nesse momento as células procedem de duas maneiras (para realizar a transformação da energia química presente nos nutrientes em outro tipo de energia química chamada de ATP): uma, utilizando oxigênio para finalizar o processo, e por esta razão nos referimos a ela como via aeróbica, e outra sem utilizar oxigênio para finalizar o processo e por esta razão nos referimos a ela como via anaeróbica. O que é preciso considerar é que as duas vias estão ativas o tempo todo. Isso mesmo! As células utilizam sempre as duas vias ao mesmo tempo e o que varia é a proporção de utilização de cada uma delas. Dada a esta circunstância não podemos falar que existe um metabolismo puramente aeróbico ou um metabolismo puramente anaeróbico. Assim sendo, o correto é considerar o grau de eficiência da atividade metabólica (ambas) para gerar energia. Qual é a proporção mais eficiente para a saúde e o bem estar? Sem dúvida é quando ativamos o metabolismo com maior proporção aeróbica. E note que este é o estado onde as células utilizam mais a gordura para a transformação de ATP que é o nosso combustível biológico. Este é o estado onde tudo está funcionando dentro de um limiar confortável e regenerador. Você não fica com a percepção de estar morto de cansado quando termina o treino. Alias até parece que seria capaz de treinar de novo. Lembre-se, no entanto que este estado só será alcançado se você estiver bem alimentado, hidratado, repousado e estiver administrando seus níveis de stress de forma inteligente. Como saber se estamos ativando este tipo de metabolismo com maior proporção aeróbica? Mantendo a frequência cardíaca em um ritmo intermediário entre o estado de quase repouso e a máxima. Isto mesmo, treine em média rotação! Philip Maffetone, fisiologista americano, testou uma fórmula que se aproxima dos resultados conseguidos em laboratório quando mensura-se o Quociente Respiratório, que avalia a porcentagem de açúcar e gordura que consumimos quando estamos nos exercitando dentro de uma determinada faixa de frequência cardíaca. Calcule a frequência cardíaca ideal para você treinar! Para determinar a frequência cardíaca onde aconteça uma atividade metabólica com maior proporção aeróbica, siga os seguintes passos: 1. Subtrair a sua idade do número 180; 2. Ajuste este resultado selecionando uma das categorias abaixo; a) Se você está em recuperação de algum tipo de enfermidade ou está utilizando algum tipo de medicamento regularmente diminua 10 batimentos do resultado obtido; b) Se você se lesionou, está recomeçando a treinar e quer se preparar para competir, foi acometido por gripe ou resfriados, alergia ou asma, ou se o treinamento ainda está inconsistente, subtraia 5 batimentos do resultado obtido; c) Se você vêm treinando consistentemente (pelo menos 4 vezes por semana) nos últimos dois anos sem nenhum dos problemas acima mencionados mantenha o resultado obtido (180 – idade) como referência; d) Se você vêm treinando por mais de dois anos sem nenhum problema que o tenha levado a interromper o treinamento e está em ótimo estado de saúde acrescente 5 batimentos ao resultado obtido. Por exemplo, se você está com 50 anos e se enquadra da categoria b faça o seguinte: • 180 – 50 = 130. Considere 130 – 5 = 125 batimentos por minuto. Esta será a sua faixa de frequência cardíaca máxima de referência para treinar seguindo estas orientações. • Sugiro a meus alunos que utilizem um monitor de pulso simples para que possam monitorar constantemente a frequência cardíaca durante o treino. Bom senso ao iniciar um projeto de treinamento. Consulte um médico de sua confiança, e em minha opinião, um profissional que seja praticante de atividades físicas. Bons treinos! Se estiver interessado pesquise -*ATP – adenosina trifosfato. http://www.philmaffetone.com/home *José Augusto Menegatti é Professor de educação física formado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico da equipe de voleibol masculina do Esporte Clube Banespa e da Seleção Brasileira. Durante 30 anos de trabalho com o esporte desenvolveu técnicas com resultados rápidos e eficientes. Um destes trabalhos começou em 1989 quando iniciou seus estudos sobre o Rolfing. Hoje como professor e instrutor formado pelo Rolfing Institute (Boulder, Colorado, USA) possui um Núcleo de Estudos em Fluência Corporal em Ilhabela/SP, que oferece cursos, aulas e sessões para pessoas interessadas na sofisticação de sua corporalidade, e para profissionais da área da educação e saúde interessados em aprimorar sua proposta de trabalho. Para saber mais: contato@espacojera.com.br / (12) 3896-1135