Este assunto está na moda. Cada um com sua opinião e ai de quem falar algo em contrário. Há o grupo do alonga sim senhor e o grupo do nem pensar em alongar! E há o grupo que está confuso com as informações leigas disponíveis!

Meu intuito com este texto é trazer algumas informações provenientes de pesquisas recentes e minha própria experiência a respeito do tema. Espero que o leitor reflita sobre estas informações e tome a decisão que achar adequada.

 

Qual é o intuito de se alongar?

Liberar tensões, dizem alguns. Relaxar os músculos, dizem outros. E há quem defenda a posição de que alongar protege de lesões!

Bem, a mim parece que estas justificativas não estão dando muito certo, pois segundo as últimas estatísticas nacionais e internacionais as lesões continuam acontecendo.

Será que os exercícios de alongamento são realmente os vilões desta história? Ou será que o modo como as pessoas estão executando estes exercícios é que é o verdadeiro vilão? Vejamos isto sob o ponto de vista biológico.

 

Estabilidade articular

Para se manterem saudáveis e funcionalmente eficientes todas as articulações precisam ser treinadas sendo levadas ao seu ângulo máximo funcional. No entanto, não de forma estática como a maioria das pessoas faz. Nem com movimentos rápidos. Basta que a pessoa faça a flexão e a extensão devagar e repita o gesto algumas vezes. Isto aumenta o nível de tônus nos tecidos e prepara para a atividade mais forte que virá a seguir.

Há um sistema biológico de contenção das articulações que garante que elas se mantenham dinamicamente estáveis enquanto a pessoa está se movimentando. Este sistema é composto por tecidos que nós conhecemos como tendões, ligamentos, cápsulas, cartilagem, músculos, etc.

 

O exercício de alongamento praticado de forma estática, como os que recomendam que você “estique e mantenha esticado”, baixa o nível de tônus nos tecidos deixando tudo meio frouxo. Isto quer dizer que as articulações que sustentam o peso corporal enquanto nos movimentamos ficarão instáveis. A pessoa começa a caminhar ou correr e um desnível no terreno ou um passo em falso e pronto: lesão e um bom tempo de molho sem poder treinar.     

 

O que propomos?

Se você quer realmente se preparar adequadamente faça um bom aquecimento. O aquecimento aumenta a temperatura corporal, acelera a respiração e a circulação deixando todos os tecidos prontos para cumprirem as funções para as quais são destinados: estabilizar e movimentar.

 

Caminhe durante uns 10 minutos e aumente o ritmo gradativamente até entrar em sua velocidade preferida de caminhada.

 

Estes exercícios elevam o nível de tônus nos tecidos garantindo a estabilidade dinâmica nas articulações.

 

Depois, inicie seu treino principal e ao terminar vá diminuindo o ritmo até voltar a caminhar na velocidade que você utilizou ao iniciar seu aquecimento.

 

Após este cuidado eu ainda faço alguns exercícios de relaxamento por mais uns 15 minutos para não ficar com tônus residual de stress. Na próxima eu explico isto!

 

Bons treinos!

 


 

*José Augusto Menegatti é Professor de educação física formado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico da equipe de voleibol masculina do Esporte Clube Banespa e da Seleção Brasileira. Durante 30 anos de trabalho com o esporte desenvolveu técnicas com resultados rápidos e eficientes. Um destes trabalhos começou em 1989 quando iniciou seus estudos sobre o Rolfing. Hoje como professor e instrutor formado pelo Rolfing Institute (Boulder, Colorado, USA) possui um Núcleo de Estudos em Fluência Corporal em Ilhabela/SP, que oferece cursos, aulas e sessões para pessoas interessadas na sofisticação de sua corporalidade, e para profissionais da área da educação e saúde interessados em aprimorar sua proposta de trabalho. Para saber mais: contato@espacojera.com.br / (12) 3896-1135