Uma casa de fazenda na praia

Sergio Hette | Construtor

 

Esta é a proposta do projeto do construtor Sérgio Hette para a ampla e confortável casa construída sobre uma costeira, próxima ao mar, em um condomínio no sul de Ilhabela. Desde o elaboração do projeto, passando pela execução da obra até a decoração de todos os ambientes, cada detalhe foi realizado pelo construtor, apaixonado pelo estilo Colonial Brasileiro, que garimpou pessoalmente os materiais, móveis e artigos de decoração.

Com o objetivo de reproduzir um verdadeiro casarão de fazenda, adaptando o projeto ao cenário e às características do litoral, todas as madeiras utilizadas na estrutura da casa e nos assoalhos que cobrem a maior parte do piso, além de telhas, portas, janelas e outros materiais, são originais de Minas Gerais, compradas por Sérgio em antigas fazendas da região. “As madeiras empregadas nas vigas são originais de fazendas da época da escravidão, e serviam para separar os locais onde permaneciam os escravos, no piso inferior, das casas dos fazendeiros, no piso superior”.

Construída em um único bloco, a casa tem cinco suítes e para garantir conforto aos visitantes e privacidade ao proprietário, os quatro dormitórios de hóspedes são isolados, ligados às áreas sociais por uma escada que passa pela sala que antecede a suíte principal e chega às salas de TV, estar e jantar.

Todos os ambientes têm portas ou janelas com vista para o mar e as áreas sociais são cercadas por uma grande varanda. Na área de lazer, piscina e deck com sofás e espreguiçadeiras e uma autêntica cozinha caipirinha, com fogão e forno à lenha, e churrasqueira.

Para a decoração dos ambientes, foram escolhidos móveis, objetos, tapetes, tecidos e luminárias trazidos da Indonésia, mesclados a peças rústicas e antigas, tudo garimpado em viagens pelo Brasil e ao exterior.

 

Conforto e praticidade

Aldinéia Capucho | Arquiteta Decoradora

Nesta casa de veraneio recém construída em um condomínio no bairro do Perequê, a arquiteta decoradora Aldinéia Capucho fez a reformulação interna do projeto, adaptando o layout dos ambientes à vontade dos proprietários, pois todas as unidades já possuíam planta aprovada.

Responsável também pela execução da obra e decoração dos ambientes, ela optou por materiais que pudessem unir o clima do litoral a características que garantissem praticidade e conforto, como artigos com baixo índice de manutenção e alta durabilidade.

 “Ainda é comum as pessoas associarem a casa de praia a uma construção rústica, mas é possível reunir no mesmo projeto todas as características de conforto e praticidade de uma casa contemporânea aos elementos rústicos, que combinam com o litoral”, comenta.

Com quatro suítes, três no piso superior e uma no piso térreo (adaptada para evitar que a mãe da proprietária precise subir escadas) a construção tem estilo clean, com esquadrias brancas de PVC, que resistem ao tempo e não precisam de pintura ou manutenção, pisos e revestimentos claros, destacados por detalhes coloridos, como as pastilhas utilizadas na cozinha e nos banheiros, e itens projetados para garantir conforto, como climatização dos ambientes e projeto de iluminação.

A área social inclui ambientes integrados com salas de TV, estar e jantar, além de piscina, churrasqueira e um charmoso espaço para descanso, instalado sob um pergolado, com redes e uma fonte.

O clima praiano ficou por conta da decoração, com a escolha de móveis mais rústicos, quadros, tecidos e objetos de decoração coloridos. “É uma casa de veraneio prática e confortável, que pode se transformar em residência sem precisar passar por qualquer tipo de intervenção”, completa a arquiteta.

 

Residência praiana

Rogério De Lucca | Arquiteto

Embora as casas de veraneio atuais sejam projetadas para oferecer conforto e comodidade, quando a opção é morar na praia o projeto precisa, além de se integrar ao clima e à paisagem locais, ser pensado para atender às necessidades do dia a dia das pessoas que vão utilizá-la.

É o caso deste condomínio projetado pelo arquiteto Rogério De Lucca, instalado no bairro do Perequê, centro comercial de Ilhabela. Com apenas oito casas, seis delas construídas por Rogério, o residencial tem a mistura ideal de charme praiano com conforto e segurança, características que atraíram moradores da cidade (apenas duas casas são de veranistas).

Idealizado para receber um casal com dois filhos, o projeto desta casa considerou todas as necessidade da família, que já morava em Ilhabela e queria um imóvel com boa localização, para facilitar a ida das crianças à escola e do casal ao trabalho, além de segurança, conforto e tranquilidade.

O piso superior ficou reservado à suíte do casal e a uma charmosa e confortável sala de TV. Na parte térrea ficaram a suíte de hóspedes e os quartos da menina e do menino, além das salas integradas de estar, jantar e TV, cozinha e área de serviço. Para o lazer da família, a frente da casa ganhou uma piscina, deck com espreguiçadeiras e um quiosque com churrasqueira e forno de pizza.

 “Como a maior parte dos projetos executados foi para moradores, o desafio foi atender às necessidades de cada família integrando no mesmo espaço projetos muito distintos, desde uma residência contemporânea até um casarão mineiro, de forma equilibrada e harmoniosa”, conta o arquiteto.

 

Pequeno refúgio

Reinaldo Silva Jr. | Arquiteto

Para o arquiteto Reinaldo Silva Jr., viver em espaços justos ou compactos não significa abrir mão de conforto nem de soluções de bom gosto. Exemplo disso é este refúgio de veraneio de 150 m², na praia da Feiticeira, que exibe charme e rusticidade em uma casa de praia com jeito despojado-chique.

Enquanto materiais naturais, como pedra, madeira e tijolo dão à construção um toque acolhedor, portas e janelas amplas de demolição, que abrem a vista para o verde em qualquer ponto da casa trazem o exterior para perto.

O terreno em desnível foi bem aproveitado, equilibrando o conjunto em uma base de concreto com 10 cm de espessura, disposta sobre as fundações de concreto – o que isolou a umidade e barateou a obra. A laje substituiu o aterro para nivelar o lote. Como o declive existente foi mantido, ela ora toca o solo, ora se afasta, formando colchões de ar. Assim a casa se mantém seca.

A estrutura, de toras roliças de eucalipto leve e soltas do chão e o deque de ipê, receberam tratamento em autoclave e uma camada de stain semitransparente.

Para atender os desejos dos proprietários, que queriam um espaço para receber amigos, a sala e a cozinha foram privilegiadas, enquanto os quartos, que só servem para dormir, tiveram a área reduzida.

O pé-direito avantajado com o forro acompanhando a inclinação do telhado criou ambientes claros e arejados, afastando a sensação de claustrofobia e parecendo maiores do que são.

O cuidado com o meio ambiente também se traduz na escolha de materiais e técnicas construtivas, aquecimento solar, captação de água de chuva e instalação de sistema de tratamento de esgoto.