Inspirado em iniciativas como os Doutores da Alegria, que há mais de vinte anos atua em hospitais da rede pública na capital paulista e em outros municípios, um grupo de moradores de Ilhabela decidiu se reunir e criar um projeto capaz de levar um pouco de bom humor às pessoas hospitalizadas e seus familiares e também aos profissionais de saúde. De acordo com Beatriz Bello, uma das idealizadoras do projeto, embora a vontade de fazer um trabalho no hospital já existisse, a ideia começou a se concretizar durante um curso promovido em 2011 pela Secretaria da Cultura no Espaço Cultura Pés no Chão, que contou com a participação de profissionais do hospital e da secretaria de saúde, além de artistas e outros interessados, e abordou técnicas de abordagem e atendimento aos pacientes do hospital. De acordo com Harry Finger, que também participa do grupo desde o início, o curso proporcionou a base que precisavam para dar início ao projeto e trouxe a oportunidade de reunir pessoas que tinham o mesmo objetivo, como Simone Fox, que descobriu na atividade uma vocação e se diverte enquanto leva alegria aos pacientes. Em 2012, um grupo de seis pessoas que participaram do curso começou o trabalho no hospital. Alguns continuam, outros vêm e voltam, de acordo com seu tempo disponível, e novas pessoas se juntaram à turma, como Débora de Paula, Carina Vanderstappen Lopes e Davi Lopes, que chegaram em 2013 para animar a trupe. Batizado de AtorDoados, o projeto visita os pacientes do Hospital Mário Covas semanalmente, levando a irreverência e a descontração dos palhaços que, ao assumirem o papel de médicos atrapalhados e muito divertidos, enchem o plantão de alegria e transformam o ambiente hospitalar, melhorando o astral dos pacientes, dos acompanhantes e toda a equipe que trabalha por lá. Para Davi Lopes, um dos palhaços mais entusiasmados da turma, a recepção das pessoas é sempre boa. Alguns ficam tímidos no começo, outros caem logo na brincadeira, mas de maneira geral, todos acabam se rendendo à palhaçada. Ele explica que mais que um trabalho voluntário, a atividade proporciona uma troca de experiências e que levar um sorriso e algum bem estar a essas pessoas é uma tarefa gratificante. Já Débora, que adora criar personagens e sempre aparece com uma novidade, conta que é uma pessoa tímida no dia a dia, mas que quando veste suas roupas e termina a maquiagem, o palhaço que mora em seu coração ganha vida e ela se transforma! Além das visitas ao hospital, os Atordoados também promovem ações voltadas às crianças do município, através de escolas da rede pública de ensino e de entidades assistenciais, como o projeto Desenvolver, que atende crianças especiais.