O velejador catarinense André Otto Fonseca, o Bochecha, é o primeiro tripulante escolhido pelo comandante Torben Grael para velejar no Brasil 1 na disputa da Volvo Ocean Race. Bochecha será o tripulante que mais conhecerá o barco, e para isso, deixará Porto Alegre, onde vive, e a partir de 1º de dezembro passará a morar em Indaiatuba, no interior de São Paulo, onde o Brasil 1 está sendo construído. A mais importante regata de volta ao mundo terá largada em novembro de 2005, na Espanha. Sexto colocado na classe 49er na Olimpíada de Atenas, dono de dois títulos mundiais da classe Snipe Júnior e dez títulos brasileiros (um na Optimist, dois na Snipe, um na 470 como proeiro de Alexandre Paradeda, quatro em Oceano e dois na 49er), Bochecha foi anunciado no Iate Clube do Rio de Janeiro, durante a disputa da terceira etapa do Match Race Brasil. “O convite é uma grande honra e, ao mesmo tempo, a realização de um sonho. Sempre quis participar de uma regata de volta ao mundo e agora vou ter essa oportunidade”, comentou o velejador. “Quero retribuir a confiança que estão tendo em mim, fazendo o melhor possível na tripulação”. Até julho de 2006, quando a regata termina em um porto ainda a ser confirmado na Europa, Bochecha ficará um pouco afastado da classe 49er e da campanha olímpica para Pequim-2008. “Vou ter de fazer uma preparação mais apertada, mas vai valer a pena”, afirmou. “Até lá minha casa vai ser o Brasil 1.” Torben Grael elogiou as habilidades de Bochecha, integrante de sua tripulação em competições de Oceano em seu barco, o Magia IV. “Velejo com ele e chama a atenção o interesse que ele demonstra. Tem habilidades especiais em mexer com fibra de vidro, com os cabos e costuras”, lembrou o comandante do Brasil 1, que é patrocinado pela VIVO, Motorola, QUALCOMM e Apex (Agência de Promoção de Exportações do Brasil). De acordo com Torben, cerca de 50% da tripulação de dez integrantes deverá ser brasileira. “Estamos conversando com muitos velejadores e a intenção é ter metade da tripulação brasileira. Certamente será o maior índice de nacionalização entre todos os participantes da Volvo Ocean Race”, comentou o bicampeão olímpico de Star, que elege as principais características dos candidatos a tripulantes. “São indispensáveis talento, experiência, temperamento pessoal e capacidade de trabalho em grupo. A regata é muito dura, em condições pouco confortáveis, que exigem um grande senso de grupo.”