A Praia do Curral é uma das preferidas pelos turistas que visitam Ilhabela e se tornou sinônimo de agito e badalação. Durante o verão, nos feriados e em finais de semana ensolarados, suas areias são tomadas pelas mesas, cadeiras e guarda-sóis dos bares e restaurantes que recebem os visitantes. Além da comodidade dos serviços pé na areia, com opções para todos os gostos, o que se encontra ali é uma das paisagens mais bonitas do Litoral Norte, com uma extensa faixa de areais finas, mar cristalino e o contraste com o verde da Mata Atlântica.

 

No entanto, mesmo com a intensa atividade turística, um cantinho da praia foi preservado e mantém as mesmas características de antigamente, quando o local abrigava uma rudimentar casa de canoa, utilizada pelos caiçaras que pescavam na região.

 

Inspirado nestes atributos históricos e culturais, somados à beleza natural do canto da praia, nasceu o Casa de Canoa, um espaço de eventos dedicado aos casamentos à beira mar que trouxe vida nova, boas energias e mais oportunidades ao sul da Ilha.

 

Idealizado por Bia Coutinho, uma das sócias do espaço, que tem 15 anos de experiência na área de eventos, o local passou por um minucioso processo de restauração, executado durante um ano com o objetivo de manter as características originais e integrar os ambientes à paisagem, preservando a natureza e a história do lugar. Ícones como a centenária árvore conhecida pelos caiçaras como Chapéu de Sol e a construção original da casa de canoas viraram pontos altos do projeto, assinado pelo arquiteto Nando Ferri.

 

Bia explica que, além de conservar a beleza e o sossego do canto do Curral, o Casa de Canoa trouxe para o entorno os benefícios do próspero mercado de casamentos na praia, aumentando significativamente a taxa de ocupação das pousadas nos períodos de baixa temporada, gerando movimento aos bares, restaurantes e comércios locais e oferecendo oportunidade de trabalho à comunidade, uma vez que a realização de uma única cerimônia envolve o trabalho de dezenas de pessoas.

 

De acordo com ela, um exemplo bastante emblemático foi a recente greve dos caminhoneiros. “Mesmo com o enorme transtorno causado pela paralisação em todo o País, realizamos dois casamentos, sem nenhuma desistência. Todas as reservas foram mantidas, as pousadas da região tiveram alta taxa de ocupação e os bares e restaurantes tiveram movimento recebendo os convidados”, relata.

 

“Durante a baixa temporada, temos casamentos todos os finais de semana, trazendo em média 200 convidados por cerimônia. É um mercado que movimenta a Ilha o ano inteiro. Não importa se faz frio ou se chove, nada impede um casamento de acontecer”, completa.