A humanização dos animais domésticos permitiu a eles demonstrar sua dor sem correr o risco de parecer uma presa fácil, o que seria fatal em um ambiente selvagem. Hoje, o sinal está verde para que o bichinho expresse seu incômodo, e o perigo que ele corre é somente o de não conseguir se fazer entender.

 

O animal com dor pode não verbalizar seu sentimento através de sons, mas certamente apresentará algumas alterações em seu comportamento. Cachorros calmos e comportados podem ficar mais agressivos, e o oposto também pode acontecer se o cão bravo parecer não se importar mais com o carteiro ou o coletor de lixo.

 

Gatos costumam se isolar. “A automutilação também é um sintoma muito comum do animal com dor, e normalmente vem acompanhada de diminuição do apetite, depressão e apatia”, explica Karina Yazbek, veterinária certificada pela SBED – Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.

 

Segundo Karina, o câncer é a principal causa de dor em animais, seguido pela osteoartrose. Ambas as doenças podem ser causadas por inúmeros fatores, inclusive a genética, mas se sabe que, devido aos cuidados que recebem de seus donos, a expectativa de vida dos animais têm aumentado. Isso os torna mais suscetíveis a doenças que se desenvolvem com o passar dos anos.

     

A 4º edição do Cindor, seguindo a linha da interdisciplinaridade, abordou também a questão da dor nos animais domésticos, e divulga a escala de qualidade de vida em animais que sofrem com dor. Entre os indicadores estão as atividades diárias normais de cães e outros animais domésticos, ou seja, seu animal tem uma boa qualidade de vida quando mantém os hábitos de higiene, se envolve em brincadeiras, vai receber o dono no portão, pede para passear e está sempre demonstrando sua satisfação de um jeito bem conhecido, abanando o rabo.

 

Para ajuda os donos a identificar e tratar possíveis problemas de saúde, o Congresso listou alguns sinais que podem revelar a dor do seu gato ou cachorro:

 

  • Aumento de agressividade ou apatia

  • Automutilação

  • Redução do apetite

  • Diminuição da mobilidade

  • Isolamento

  • Depressão

 

E citou também as atitudes que apontam bons índices de qualidade de vida dos animais:

 

  • Interesse e participação em brincadeiras

  • Interação com o dono (receber no portão, pedir para passear)

  • Abanar o rabo

  • Boas condições de higiene

  • Bom apetite

 

Fique de olho nos itens acima e preste atenção às manifestações do seu bicho de estimação. Caso note alguma alteração em seu comportamento, procure um médico veterinário pois, assim como nos humanos, o diagnóstico e o tratamento precoces aumentam as chances de cura e diminuem os riscos de complicações.