Uma das principais preocupações das pessoas na manutenção de plantas ornamentais e jardins é a ocorrência indesejável de pragas.

 

O método mais utilizado para o controle de pragas é a pulverização de produtos químicos, muitos deles extremamente tóxicos.

 

A utilização constante destes produtos causa o desequilíbrio ambiental, eliminando não só as pragas como também outros seres vivos presentes no ecossistema e que podem ser inimigos naturais dessas pragas ou até mesmo de outras. Além disso, traz riscos à saúde das pessoas, tanto àquelas que manuseiam o produto como as que circulam nas proximidades, sendo maior em locais onde há presença de crianças, animais domésticos e silvestres.

 

O contato com os resíduos de produtos químicos podem causar desde alergias dérmicas e respiratórias até graves quadros de intoxicação. Portanto é muito importante a utilização de equipamento de proteção individual (EPI) durante o manuseio de qualquer produto químico.

 

Diante de características tão desfavoráveis, é necessário reverter a predominância da “cultura química”, buscando soluções também eficientes que, apesar de não apresentarem resultados imediatos e demandarem maior monitoramento, são muito menos agressivas e impactantes, devido ao espectro mais seletivo que possuem.

 

Uma alternativa é o controle biológico, que pode ser natural ou aplicado.

 

O primeiro baseia-se na cadeia alimentar, sem a interferência direta do homem, onde os próprios inimigos naturais tais como pássaros, aves, aranhas e insetos, se alimentam também de pragas e, juntamente com a ação dos fungos, bactérias e vírus que lhe causam doenças, contribuem para o seu controle populacional.

 

Pode-se criar um ambiente favorável ao desenvolvimento dessa cadeia, escolhendo e plantando espécies nativas em jardins e áreas verdes, aumentando assim a diversidade da fauna local em busca da manutenção do equilíbrio natural.

 

O segundo consiste na introdução e manipulação, pelo homem, de organismos benéficos, seja ele predador, parasita ou patógeno, para controlar a praga que esteja causando danos às plantas. Este método, que é basicamente empregado na agricultura e que agora começa a ter demanda em cultivos pequenos de flores, frutas e hortaliças, só é possível graças às técnicas de criação destes inimigos naturais em laboratórios.

 

Outras opções são a captura de insetos através de armadilhas, e a utilização de defensivos naturais, que podem ser tanto caseiros, sendo o  mais popular o fumo-de-corda, como industrializados que utilizam os princípios ativos extraídos das plantas.

 

Vale lembrar que um jardim saudável e bem nutrido fica menos susceptível ao ataque de pragas e doenças. Portanto é muito importante fazer adubações periódicas ao longo do ano utilizando adubos orgânicos e químicos completos, que fornecem todos os nutrientes exigidos pelas plantas.

 

Devemos procurar sempre utilizar produtos que não prejudiquem o equilíbrio dos ecossistemas, contribuindo assim para a sustentabilidade do meio ambiente.

 

Confira no Guia Boas Compras desta edição algumas opções de produtos para controle natural e biológico de pragas e doenças.

 

Maria Angélica Amaral (Arquiteta) e Alexandre Gandini Salto (Engenheiro Agrônomo) / Chácara Pau-Brasil – Ilhabela.