Em 2013 o brasileiro trabalhará 150 dias, ou quase cinco meses do ano, somente para pagar impostos, taxas e contribuições aos cofres públicos, conforme demonstra o estudo “Dias Trabalhados para pagar Tributos”, do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). No ano passado, o contribuinte também trabalhou 150 dias em função dos impostos, mas em razão de 2012 ser ano bissexto, cumpriu suas obrigações tributárias com o fisco um dia mais cedo, ou seja, no dia 29 de maio.

De acordo com o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike, em 2013, o contribuinte brasileiro destinará cerca de 41,08% do seu rendimento bruto para pagar tributos sobre os rendimentos, consumo, patrimônio e outros, carga que tem aumentado a cada ano: em 2012, comprometeu 40,98% do seu ganho para este fim.

“Apesar de contribuir cada vez mais com a crescente arrecadação tributária do País, que em 2012 chegou a R$ 1,59 trilhão, o brasileiro continua não vendo a adequada aplicação destes recursos em serviços públicos de qualidade, principalmente nos setores de educação, saúde, segurança e outros fundamentais para que a sociedade se desenvolva”, diz.

O presidente do IBPT acredita que a Lei 12.741 de 2012, que obrigará a informação da carga tributária dos produtos e serviços nos cupons e notas fiscais ao consumidor, a partir de 10 de junho, é um grande passo para despertar a consciência tributária do brasileiro.

Ainda ontem o ex-ministro das Comunicações e CEO da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros, fez duras críticas à política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, durante conferência no “Seminário Perspectivas para o Agribusiness 2013 e 2014”, promovido pela BM&FBovespa. “O Brasil bateu no teto e a mudança, para ser feita, precisa de ter cabeça aberta. A presidente Dilma é pessoa séria, mas, do ponto de vista econômico, é uma tristeza”, disse.

Para ele, o crescimento da economia e o aquecimento do mercado de trabalho que “empurraram o governo Lula” já não ajudam o governo Dilma. Com isso, o modelo de crescimento, por meio de intervenções do Estado, precisa ser mudado. “O modelo está ultrapassado e o próximo passo é permitir que o setor privado seja o instrumento do governo para gerar renda”, disse Mendonça de Barros. “O problema da presidente é que ela quer colocar o Estado para gerar renda.”

A proposta do ex-ministro prevê ainda conter o crescimento econômico por um ou dois anos, para altas máximas de 2% a 2,5% anuais do Produto Interno Bruto (PIB), até que haja recuperação na oferta, por meio de investimentos privados.