O “Refúgio do Velejador”, criado pela arquiteta Débora Aguiar para a Casa Cor São Paulo 2009, que acontece de 26 de maio a 14 de julho, no Jockey Club de São Paulo, transporta o visitante para um mundo poético, o do mar, o do viajar sem poluir, o da natureza em sua plenitude. O projeto é a construção de uma casa de praia de 380m² para o refúgio de um casal nos seus momentos de lazer.

 

 “Procurei um tema que agregasse tudo aquilo em que acredito no nosso trabalho: amor, leveza, natureza abundante, luz e materiais naturais. Decidi combinar tudo isso com poesia, retratada na forma de um veleiro a um par de bicicletas”, revela. É um lugar de inspiração, para o casal passar a dois ou com os amigos, aproveitando a paisagem maravilhosa.

 

A proposta da arquitetura é contemporânea e viável para uma construção rápida, que durou menos de 30 dias. A casa se insere em qualquer contexto: da praia ao campo, da cidade à montanha. Ela poderia estar em qualquer lugar, independentemente do clima ou da época. “Aproveitamos a vegetação e a paisagem em volta a partir de grandes painéis de vidro que dão a transparência necessária para a natureza adentrar a casa”. Para garantir tal efeito, os caixilhos foram projetados em madeira certificada ebanizada, que garante recurso térmico e economia energética.

 

Dividida em áreas sociais externas (terraço da lareira, píer, terraço e lounge do fogo), sociais internas (living, biblioteca, home-office e espaço gourmet) e íntimas (quarto do casal, home-office e banheiro), a casa é totalmente integrada, mas os cantos de convivência foram preservados. As áreas são unificadas pelo mesmo piso, o concreto estampado Castellato modelo Madeyra Vecchia, que vai do píer ao banheiro, aplicados em réguas que conferem um efeito de madeira de demolição. O acabamento com pigmentos naturais e sustentáveis é da Defragoso. Um biombo piso-teto em madeira ripada na vertical foi aproveitado no teto como elemento arquitetônico para dividir as áreas íntima, sociais internas e sociais externas. 


Materias sustentáveis do ambiente

 

“Para mim, este conceito não é modismo, é uma urgência cultural, que veio para ficar e deve fazer parte das nossas vidas. Nós, arquitetos, formadores de opinião que somos, temos a obrigação de difundir essa nova forma de pensar e agir”, sintetiza a arquiteta sobre o tema sustentabilidade.

 

– Piso em réguas de concreto que imitam madeira

– Tecidos reciclados de lonas de caminhão estonadas

– Tapetes em fibras naturais

– Bicas d’água acionadas por energia solar

– Porcelanato nos revestimentos de bicas e banheiro do casal

– Mochila com placas solares para notebook

– Madeiras certificadas nas estruturas das pergolas e caixilhos

– Madeiras de reaproveitamento nos mobiliários, luminárias e escultura

– Iluminação de LED´S dos jardins, dos espelhos e das bicas d’água

 

 

 

 

Sobre o veleiro

 

Ao entrar na casa, por meio de uma rampa – pensando nos portadores de deficiência física – o visitante encontra o lounge da lareira. Basta segui-lo para chegar ao píer, que dá acesso ao veleiro da classe HPE 25.

 

O barco tem um ano de idade, mede 25 pés (7,7 mts) de comprimento por 2,60m de largura e pesa 1.200 Kg. É da classe HPE25, considerada o ‘stock car’ da vela brasileira. Reúne características únicas desenvolvidas para as condições dos mares brasileiros: modernidade no desenho das velas, tamanho de mastro e casco, profundidade da quilha, entre outras inúmeras inovações que fazem com que ele seja, ao mesmo tempo, muito competitivo e mais acessível do que os barcos de seu porte e com o mesmo perfil. Por isso, é considerada a classe de barcos a vela que mais cresce no Brasil e usado por velejadores conhecidos no universo náutico.