Ilhabela é a única cidade do Estado de São Paulo inserida pelo Ministério do Turismo nos 65 destinos turísticos brasileiros contemplados nas metas do Plano Nacional do Turismo 2007-2010. A exceção é a capital paulista, já que todas as capitais brasileiras também foram selecionadas. São Paulo e Ilhabela serão capacitadas para servirem como indutoras do turismo no Estado.


O prefeito Manoel Marcos Ferreira e o secretário municipal de Turismo e Fomento, Ricardo Fazzini, estiveram no Rio de Janeiro com a ministra do Turismo, Marta Suplicy, para obter mais detalhes sobre o processo. O plano prevê as principais estratégias do governo para o setor nos próximos quatro anos. Por este motivo a cidade servirá de modelo de destinos indutores do desenvolvimento turístico regional.


“Essas serão as 65 maravilhas do Brasil”, declarou a ministra Marta Suplicy, em alusão à escolha do Cristo Redentor como uma das Sete Maravilhas do Mundo. Segundo Tânia Brizolla, coordenadora do programa, a definição dos municípios selecionados para capacitação permitirá que o programa ganhe maior qualificação e sustentabilidade. “Considero que esta segunda fase será o novo marco para o programa de regionalização”, afirmou.


“Para ser considerado um destino, o município deve possuir infra-estrutura básica e turística, ter atrativos qualificados e ser um núcleo receptor e distribuidor de fluxos turísticos”, explicou Airton Pereira, secretário Nacional de Políticas do Turismo, que anunciou a escolha de Ilhabela.


O Ministério do Turismo informou que existem R$ 400 milhões a serem distribuídos entre as 65 cidades. “Mas esse valor pode chegar a R$ 1,2 bilhão se considerarmos as emendas parlamentares”, observa Ricardo Fazzini. Os investimentos servirão para melhorar a infra-estrutura turística da cidade. O ministério informou também que obras de estradas e saneamento básico farão parte do pacote de infra-estrutura, que receberá apoio de outros ministérios, como o do Meio Ambiente, Saúde e das Cidades.


“O Brasil é o sétimo destino em capitação de eventos internacionais, até quatro anos atrás éramos o vigésimo”, lembrou a ministra Marta Suplicy. “Temos todo o setor de lazer que ainda não entrou no mercado”, completou. Ela disse ainda que, segundo estatísticas de sua pasta, “somente 1,2% dos turistas americanos, que são os maiores emissores do mundo, vêm para o Brasil”.


Processo de seleção


O Ministério do Turismo realizou um minucioso processo seletivo para chegar aos 65 municípios que, conforme prevê o plano, serão os indutores do turismo em suas respectivas regiões. O primeiro passo foi escolher justamente os municípios com real potencial turístico. Foram pesquisadas 200 regiões e 3.819 cidades. Na segunda fase o ministério chegou a 149 regiões e 1.207 municípios. Na terceira avaliação, chegou-se a 116 regiões, 474 municípios pesquisados e 87 roteiros selecionados.


O secretário Ricardo Fazzini explica que a partir desta fase, o ministério detectou quais cidades realmente tinham expoentes que atendiam ao plano, como potencial turístico, trabalho regional, produto turístico formatado e também como destino de especialidades (sol, mar, mergulho, ecoturismo, entre outras).

“A parte inicial do projeto estará concluída até o início de janeiro do próximo ano. A segunda fase iniciará em seguida”, disse Fazzini. Apenas para a segunda fase estão previstos investimentos de R$ 2 milhões, segundo a ministra. Marta Suplicy lembrou que será importante a parceria entre os municípios, Estado e governo federal. “Eu já fui prefeita e sei como é importante manter uma parceria entre os três (poderes)”, declarou, durante o lançamento do plano, no Rio de Janeiro. Para ela, quanto maior o grau de desenvolvimento, maior a agilidade de investimento.

 

Nos próximos anos o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas), do Rio de Janeiro, parceiras no projeto com o Ministério do Turismo, farão uma avaliação obrigatória dos municípios. “Não importa o município que tem melhor infra-estrutura, mas sim, o que mais evolui”, destacou Marta.


A primeira avaliação será feita logo nos seis primeiros meses, mas os resultados serão apurados anualmente. Os pesquisadores vão observar a infra-estrutura básica, a turística, meio ambiente, sociedade, atividade econômica, atratividade turística, marketing e promoção, monitoramento, capacidade empresarial, setor público, cultura e cooperação regional.