A Rolex Ilhabela Sailing Week chega à sua 40ª edição e mantém a tradição de ser o principal encontro dos fãs e praticantes da vela nacional do ano. A competição, no Yacht Club de Ilhabela (YCI), serve de vitrine internacional para os atletas nacionais, que mostram talento nas águas do litoral norte paulista. Ídolos do esporte brasileiro como Torben Grael, Lars Grael, Bruno Prada, Reinaldo Conrad, Alexandre Paradeda, Maurício Santa Cruz e André Mirsky se unem aos velejadores com menos experiência e estrangeiros para formar o maior evento da América Latina da modalidade. Em 2013, as regatas estão marcadas entre os dias 6 e 13 de julho e serão dividas entre as classes ORC, C30, S40, HPE, RGS, IRC e Star.


“Minhas melhores lembranças de vela são de Ilhabela, não apenas pelas regatas, mas pelo clima que envolve a cidade no período. Espero que, para a edição de 2013, tenhamos excelentes dias de velejada na Ponta das Canas e alguns dias de mau tempo, fazendo com o que as regatas sejam mais duras e suadas, afinal, não queremos mar de almirante todos os dias”, diz André Mirsky, que participa desde 1988 do evento. Nesta temporada, o atleta integrará o Carioca, barco da classe S40 comandado por Roberto Martins.


O primeiro e último campeão da Rolex Ilhabela Sailing Week, Eduardo Souza Ramos, também fala do clima do evento, que começou em 1969. “A Rolex Ilhabela Sailing Week é talvez o único lugar do Brasil em que você respira o campeonato 24 horas por dia”, atesta o velejador, um dos maiores incentivadores do evento.

 

 

Austríaca confirmada na Rolex Ilhabela Sailing Week elogia nível dos velejadores brasileiros

 

Timoneira do barco Fram (Felipe Aidar), a austríaca Barbara Prommegger, de 40 anos, veleja desde criança e já participou de disputas de nível internacional. “Será o meu primeiro evento. Estou curiosa para ver como será. Sempre ouvi muito sobre a Rolex Ilhabela Sailing Week lá fora”.


A equipe tentará o título da RGS A, que no ano passado ficou com o Troop Too (Luiz Eduardo de Lucena). “O nível da vela brasileira é muito alto. Na Europa, há mais barcos e velejadores, mas as pessoas, ou a maioria delas, encaram o esporte de outra maneira. No Brasil, como é um pouco mais difícil praticar a modalidade, os atletas são mais completos. É tudo mais especial”, diz Barbara Prommegger, que veio ao Brasil para trabalhar e espera não mais voltar.


“A Barbara foi uma aquisição importante para o Fram. Eu já tinha a intenção de trocar a função de timoneiro e ir para a tática nas regatas em Ilhabela. Agora fico mais tranquilo com a experiência internacional dela”, conta Felipe Aidar, comandante do Fram, que fez os primeiros treinos com Barbara Prommegger na Copa Suzuki Jimny. A equipe do Fram é uma escola de formação de tripulantes e os atletas se revezam nas funções para ter mais conhecimento de um veleiro regateiro.

 

 

Competição ultrapassa 120 barcos inscritos e terá presença de medalhistas olímpicos

 

Alguns dos maiores nomes da vela nacional já confirmaram presença na 40ª edição da Rolex Ilhabela Sailing Week, como Bruno Prada, Torben Grael, Lars Grael, Reinaldo Conrad, Maurício Santa Cruz entre outros velejadores que representam o Brasil nas principais competições mundiais. São mais de 120 barcos garantidos até o momento.


Uma das classes mais procuradas é a ORC, que continua forte no País. Um dos primeiros a fazer a inscrição foi o San Chico 3. “Nossa equipe está preparada para mais um desafio na classe ORC. Correr a Rolex Ilhabela Sailing Week sempre nos motiva muito e, para isso, tudo que pode ser decisivo está sendo bem preparado”, diz o comandante Francisco Freitas, no Diário de Bordo oficial na página do evento no Facebook.


A classe RGS lidera o número de inscrições. Entre os monotipos destaque para C30 e HPE. E para comemorar os 40 anos da Rolex Ilhabela Sailing Week, a organização convidou a classe Star, a mais vitoriosa da modalidade em olimpíadas. “A Star é a classe de monotipo de quilha mais tradicional da vela mundial e que mais trouxe títulos ao Brasil. Juntar-se ao evento mais consagrado do Brasil vai agregar estilo, charme, competitividade e velejadores de grande renome”, diz Lars Grael, duas vezes medalhista olímpico e pentacampeão nacional de Star.

 

 

Classe IRC é a novidade do evento

 

A Rolex Ilhabela Sailing Week 2013 terá uma nova classe para a competição em 2013. Além das tradicionais ORC,C30, S40, RGS (A, B, C e Cruiser), HPE e Star, contará com veleiros na IRC. A regra de classificação da categoria é simples e permite que diferentes projetos de “barcos de quilha” possam participar da mesma regata. “A IRC é para embarcações de todos os tamanhos, formas e usos”, revela Lars Grael, presidente da ABVO (Associação Brasileira de Veleiros de Oceano).


Atualmente, a IRC é utilizada em várias regatas e campeonatos pelo mundo. Os exemplos são as regatas ícones do mundo da vela como a Rolex Fastnet Race, Rolex Sydney Hobart ou a Rolex Middle Sea Race. A regra já permitiu velejadores de diversos países e embarcações de diferentes tamanhos e tecnologia fazerem história ganhando na classificação geral pelo IRC. Em 2008, mais de 7.500 barcos em mais de 30 nações tinham certificados da classe.


“Nós vamos correr a Rolex Ilhabela Sailing Week na IRC. Será um teste para a Regata Cape2Rio de 2014, que tem essa regra. Por isso é interessante ter um comparativo”, diz José Guilherme Caldas, comandante do Mussulo III e representante do Yacht Club de Ilhabela (YCI).
Além da IRC, a Rolex Ilhabela Sailing Week terá uma classificação geral para todos os veleiros da ORC e da RGS.


Para entender mais – O “rating” de cada barco é calculado levando-se em conta as medidas do barco, seu comprimento, peso, calado, área de vela, etc. O corretor de tempo resultante, o chamado “TCC”, é o handicap. Depois da regata, o tempo real decorrido para completar o percurso de cada barco é multiplicado pelo seu TCC. O resultado é o tempo corrigido. O barco com o menor tempo corrigido é o vencedor da regata.


A categoria, diferentemente de outras regras de rating, destina-se a uma gama muito ampla de barcos de todos os tamanhos e formas, desde os de cruzeiro produzidos em série e os cruiser (barcos de cruzeiro com projeto moderno e veloz), até os desenhados exclusivamente para alto desempenho.


Uma curiosidade, os métodos utilizados para o cálculo da IRC são mantidos em segredo pelos administradores da regra. Isso impede que os projetistas desenvolvam projetos que possam ser mais adaptados à regra. “Assim, a competitividade dos barcos medidos na IRC é aumentada consideravelmente. Como resultado, barcos de todas as idades e tipos podem vencer as regatas. Desde os clássicos, passando pelos antigos até os modernos barcos de cruzeiro e regata”, reforça Lars Grael.

 

Internautas podem acompanhar os detalhes da competição – Todos poderão visitar a página da Rolex Ilhabela Sailing Week e ver os avisos de regata, resultados das últimas temporadas, fotos e muito mais. Outra novidade é a fan page do Facebook, que pretende ser um ponto de encontro virtual da comunidade náutica envolvida no evento.


Fan page quer resgatar a história do evento – a 40ª edição da Rolex Ilhabela Sailing Week já colocou no ar o site oficial –
www.risw.com.br – e também a Fan Page do Facebook.


O objetivo da fan page é dar informações privilegiadas sobre o evento, colocar fotos dos barcos que fizeram a história dos 40 anos e também quer a ajuda da comunidade náutica para resgatar os primeiros anos da competição.


Principal evento náutico esportivo da América Latina, a Rolex Ilhabela Sailing Week tem patrocínio titular da Rolex e patrocínios da Mitsubishi Motors e Bradesco Private. O evento tem apoio da Marinha do Brasil, Prefeitura Municipal de Ilhabela, Confederação Brasileira de Vela (CBVela), ABVO e das Classes ORC, HPE, C30, S40 e RGS, entre outros. A organização, sede e realização são do Yacht Club de Ilhabela (YCI).