A procura por um sorriso perfeito, com base nos conceitos estéticos impostos pela sociedade, é fator que tem aumentado significativamente a procura pelos tratamentos de reabilitação oral com a utilização dos implantes osseointegráveis. A implantoterapia, desde 1970, tem fornecido a possibilidade de reposição de dentes perdidos ou comprometidos através de uma variedade de procedimentos, incluindo desde a reposição unitária até as restaurações totais da arcada dentária. Os índices de sucesso desse tipo de tratamento ao longo dos anos tem sido superior a 97%, o que motiva ainda mais a sua utilização, pois tornam os resultados a serem alcançados bastante previsíveis.

Os implantes dentais são confeccionados a partir do titânio comercialmente puro devido as suas propriedades biológicas, que permitem o contato direto do tecido ósseo com a sua superfície (osseointegração). Possui resistência à corrosão, durabilidade e baixo peso. São inseridos nos ossos dos maxilares através de procedimentos cirúrgicos e clínicos específicos, servindo de ancoragem para a confeccção de próteses de porcelana ou resina. Essa técnica devolve ao paciente as funções estéticas e mastigatórias de forma bastante eficiente.

As vantagens da implantoterapia fazem com que muitas vezes essa seja a primeira opção para a resolução protética do paciente. A preservação dos elementos dentais remanescentes é uma delas, pois não há necessidade de desgastá-los e nem sobrecarregá-los com as forças mastigatórias que incidiriam sobre os dentes ausentes, que é o que ocorre com as próteses convencionais. A preservação do osso alveolar é outra importante vantagem do implante dental. Esse osso somente existe na presença do elemento dental e, é reabsorvido (destruído) pelo organismo quando ocorre sua perda, causando um defeito ósseo e gengival que pode prejudicar a estética e a função das próteses. A presença do implante integrado ao osso e saudável mantém esse osso, tanto em altura quanto em largura, o que é muito importante para a manutenção das corretas funções mastigatórias, fonéticas e estéticas do paciente. Outra importante vantagem das próteses implantossuportadas tem a ver com sua estabilidade: elas permitem a correta mastigação e fala do paciente, sejam fixas ou removíveis, pois elas não se deslocam na boca durante essas funções. Isso contribui para a satisfação do paciente, melhorando sua auto-estima e segurança.

Atualmente o grande desafio para a implantodontia é a obtenção das dimensões ósseas desejáveis para a instalação dos implantes dentais. Devido à ausência de estímulos mastigatórios após o trauma local e a perda dental, estudos têm demonstrado que o tecido ósseo remanescente começa a ser reabsorvido imediatamente. Após doze meses já se observa uma reabsorção aproximada de 40% da massa óssea em algumas áreas da boca. Técnicas de enxertia óssea vêm sendo sempre aprimoradas, seja utilizando osso do próprio paciente, seja utilizando osso de banco de ossos, seja utilizando algum biomaterial indicado para esse fim. As pesquisas recentes são otimistas e indicam até o uso de células tronco da medula óssea do próprio paciente para otimizar a enxertia óssea.

Enfim, a implantodontia no Brasil comemorou vinte anos e os resultados são extremamente favoráveis e comparáveis a outros países mais desenvolvidos. Temos acesso as mais variadas marcas e modelos de implantes: nacionais ou importados, que permitem o carregamento imediato, prometem a osseointegração em trinta dias e possuem espessura ou altura reduzidas. As indicações e os riscos de cada tratamento devem ser cuidadosamente avaliados com o objetivo de restabelecer aspectos funcionais e estéticos para cada paciente.

 

* Dra. Elcilene Maria Roefero é cirurgiã-dentista, proprietária da Odontologia Clínica Integrada (clínica de especialidades odontológicas de Ilhabela) onde atua em tempo integral. Está especializando-se em Implantodontia e é Especialista em Prótese dentária e sobre implantes desde 2004, pela UNESP – Universidade Estadual Paulista – São José dos Campos, onde também concluiu sua graduação.