Segundo o laudo divulgado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) no início de janeiro, o incêndio ocorrido no Arquipélago de Alcatrazes, entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro do ano passado, teve início na área de tiro da Marinha do Brasil, que utiliza parte do território para realizar exercícios e treinamentos. O documento aponta que o fogo comprometeu uma área de 19,35 hectares, o que corresponde à cerca de 20 mil metros quadrados, atingindo a fauna e flora. Na vistoria realizada pelos peritos do Ibama foi encontrado material metálico no local onde o fogo começou e em seu entorno. No entanto, o Ibama informou que ainda não é possível afirmar que se trata de material bélico, utilizado nos exercícios da Marinha, e que a questão só poderá ser concluída após análise do material por especialistas. Também foram encontrados materiais metálicos muito distorcidos, resíduos de produto inflamável e centenas de pequenos fragmentos de material metálico. Uma equipe de biólogos do Instituto Butantan também esteve no local para avaliar os danos causados pelo fogo, e alertaram que o incêndio pode causar a extinção de espécies endêmicas (que só existem no arquipélago), como a jararaca-de-alcatrazes e a rã cycloramphus. O Arquipélago de Alcatrazes é considerado Patrimônio Natural pela Unesco, e parte de sua área constitui a Estação Ecológica Tupinambás. Outra parte está sob domínio da Marinha do Brasil, que realiza exercícios de tiro e treinamento de militares na área que abrange a ilha principal. Embora os tiros da Marinha sejam inertes – atualmente utiliza-se areia dentro dos projéteis – o atrito com as rochas pode causar incêndio, comprometendo todo o eco-sistema local. Através de uma iniciativa da Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro – SDLB, entidade formada por ambientalistas e cientistas de várias instituições, foi criado o Projeto Alcatrazes, que defende a criação do Parque Nacional Marinho dos Alcatrazes e o fim das atividades da Marinha no local. Maiores informações sobre o projeto podem ser encontradas no site: http://www.alcatrazes.org.br Os interessados em se manifestar sobre o assunto podem faze-lo através do e-mail: ascom.sp@ibama.gov.br