É primavera!

Após um período de temperaturas baixas e dias mais curtos, entramos em uma estação muito favorável ao desenvolvimento das plantas.

No entanto, a umidade, luminosidade, falta de nutrientes essenciais ou a presença de pragas e doenças também podem limitar este desenvolvimento.

 

Em relação aos nutrientes essenciais, podemos classificá-los de acordo com a quantidade em que são exigidos pelas plantas, por ordem decrescente de necessidade, em:

 

Ÿ          Macronutrientes primários: nitrogênio, fósforo e potássio;

Ÿ          Macronutrientes secundários: cálcio, magnésio e enxofre;

Ÿ          Micronutrientes: boro, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco;

 

 

A ausência de apenas um desses elementos, mesmo os que são exigidos em menor quantidade (micronutrientes) já é suficiente para limitar o crescimento da planta, podendo interferir também em outros processos fisiológicos, tais como floração e frutificação.

 

A deficiência de um determinado nutriente provoca um sintoma específico, Por exemplo: o amarelecimento da borda das folhas mais velhas, seguido pela necrose dos tecidos, evidencia a deficiência de potássio.

 

Portanto, devemos fornecer freqüentemente todos os elementos que as plantas precisam, fazendo adubações de forma equilibrada, pois plantas desnutridas estão mais propícias ao ataque de pragas, insetos e microrganismos.

 

As fontes de nutrientes, denominadas adubos ou fertilizantes, de acordo com sua origem podem ser classificados em:

 

·          Químicos: compostos sintéticos originados por mineração ou industrialmente.

·          Orgânicos: compostos de resíduos animais e vegetais.

·          Organominerais: uma mistura de fontes químicas e orgânicas.

 

Geralmente, são comercializados em pó, líquidos, pastilhas e granulados, podendo ser aplicados no solo ou nas folhas.

 

Os adubos químicos tradicionais, como o NPK 10-10-10 e o 04-14-08 possuem apenas os macronutrientes primários. Ambos são fertilizantes desenvolvidos para o uso na agricultura, onde são aplicados dentro de um sulco de plantio, de modo que as raízes possam absorver os nutrientes.

 

Como na jardinagem, na maioria das vezes estes fertilizantes são aplicados a lanço, ou seja, na superfície do solo, uma porcentagem do fósforo acaba ficando indisponível para as plantas, por ser pouco solúvel e ter baixa mobilidade no solo.

 

Um outro adubo químico também muito usado em jardins, principalmente gramados, é a uréia, cuja fórmula possui apenas nitrogênio.

 

Quando apenas esses adubos são utilizados pode ocorrer a deficiência dos outros elementos essenciais.

 

Portanto, dentro dos adubos químicos, o ideal é utilizar os de formulação completa, com todos os nutrientes essenciais que as plantas precisam. Em casos de desnutrição, tais fertilizantes levam vantagem sobre o adubo orgânico por serem muito solúveis e após sua aplicação estarem prontamente disponíveis para as plantas. Nestes casos os adubos foliares são muito eficientes, uma vez que são aplicados diretamente na parte aérea da planta, e por isso são rapidamente absorvidos. Além disso, são balanceados, em diferentes formulações em função do tipo de planta e estágio de desenvolvimento (crescimento, floração ou frutificação).

 

Como os adubos químicos liberam nutrientes por um período de 1 a 3 meses, é recomendado não adubar novamente antes desse tempo, pois há a possibilidade de intoxicar a planta provocando disfunções, podendo levar o exemplar à morte. É importante sempre seguir as orientações de aplicação e dosagem contidas nas embalagens dos produtos.

 

Os adubos orgânicos também possuem todos os elementos exigidos pelas plantas, que vão sendo liberados à medida que o material orgânico vai se decompondo, o que é uma vantagem, pois diminui a freqüência de adubações. Porém, dependendo da matéria prima utilizada para sua produção, podem ser pobres em alguns nutrientes.

 

Os mais conhecidos são: húmus de minhoca, farinha de ossos, farinha de peixe, torta de mamona, esterco de gado, de cavalo, de galinha e de porco. Vale ressaltar que os estercos só podem ser aplicados nas plantas após sua fermentação, ou como dizem: deve estar “curtido”.

 

A matéria orgânica contida nestes adubos traz enormes benefícios ao solo, tanto favorecendo o desenvolvimento de organismos benéficos, como minhocas, fungos e bactérias, quanto melhorando suas características físicas, como estrutura, porosidade, retenção de água e nutrientes.

 

Geralmente, indicamos uma adubação orgânica anual, entre os meses de junho e agosto, visando aumentar a atividade biológica, e a adubação química em três aplicações anuais (SET-OUT, DEZ-JAN e MAR-ABR), após a análise do solo e correção do pH.

 

Como os elementos químicos são absorvidos pelas raízes após serem dissolvidos na água presente no solo, de nada adianta o fornecimento de nutrientes sem a aplicação de água na quantidade adequada.

 

Já existem no mercado sistemas de irrigação desde os mais simples até os automatizados com sensores no solo, que fornecem a água na medida certa.

Contudo, este já é um tema extenso que abordaremos em uma próxima matéria, em outra edição.

 

Somente com uma nutrição adequada as plantas poderão ficar viçosas, bonitas e saudáveis, atendendo as expectativas daqueles que as cultivam.

 

 

*Maria Angélica Amaral (Arquiteta) e Alexandre Gandini Salto (Engenheiro Agrônomo) / Chácara Pau-Brasil – Ilhabela.