Campeões foram definidos com disputas acirradas em todas as classes.

 

O Pajero voltou à Semana Internacional de Vela de Ilhabela para conquistar o seu 11º título. Mas a vitória não veio fácil. O barco comandado por Eduardo Souza Ramos protagonizou o duelo mais acirrado da semana com o Crioula de Renato Plass, na classe ORC, dando o tom da competição. Só garantiu a vitória nas regatas finais, com as últimas duas provas.

 

As condições climáticas inconstantes, com ventos que oscilaram de brisas leves a rajadas de 22 nós durante a semana, voltaram a desafiar os velejadores no último dia da competição. Sob vento fraco, abaixo de 5 nós em alguns momentos, a comissão de regatas conseguiu realizar duas regatas para as classes ORC, IRC e HPE-25. As demais classes tiveram apenas uma regata para decidir o título.

 

Entre o Pajero e o Crioula, campeões da Semana de Vela em 2017 e 2018, respectivamente, a disputa foi equilibrada do início ao final. O Pajero manteve a regularidade e venceu as últimas provas, acumulando quatro vitórias, dois segundos lugares e um terceiro lugar.

 

“Foi uma competição incrível! Estou muito feliz por tudo e espero continuar competindo por muitos anos aqui na Semana de Vela. A sensação é ótima”, comemorou Eduardo Souza Ramos. “O último dia de regatas foi bem comprido. Foi o dia em que a comissão de regatas conseguiu fazer duas provas, uma no sul e outra no leste. Vencemos as duas, e foi um excelente final de competição”, completou o tripulante Ricardo Costa.

 

O Crioula, com o atleta olímpico Samuel Albrecht a bordo, teve desempenho parecido. A equipe campeã de 2018 manteve-se “na cola” do líder durante toda a competição. “Foi uma semana ótima, bem disputada. Tivemos uma briga muito bonita com o Pajero. No fim eles levaram a melhor e estão de parabéns”, disse Fabrício Streppel, do Crioula.

 

Virada emocionante na IRC

 

O Rudá começou o último dia com a missão de tirar os dois pontos de desvantagem para o líder Inaê 40. Mas foi o Danadão quem venceu a primeira prova do dia, assumindo a liderança. A decisão, de virada, foi levada até a última perna no popa já na chegada.

 

“A disputa de hoje foi incrível. O Inaê estava velejando super bem, e o Danadão é o barco dos atuais campeões brasileiros. Na última regata conseguimos cruzar a chegada apenas quatro segundos antes do Danadão e foi muito emocionante. Foi uma das Semanas de Vela mais incríveis que já tivemos”, festejou o comandante Mário Martinez.

 

Timoneiro do vice-líder Danadão, Maurício Santa Cruz definiu a semana como difícil, devido aos ventos irregulares que impediram a realização da regata Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil. Mas elogiou o trabalho da organização do evento. “Ficamos um pouco atrasados, com as regatas, mas a organização da Semana de Vela é muito boa, os juízes conseguiram fazer boas regatas. Agora é preparar o barco para disputa da prova Santos-Rio”, destacou Maurício, mais conhecido como Santinha, campeão mundial de J24. O Danadão ainda ficou com o título da IRC A.

 

Domínio da RGS

 

Classe mais numerosa na Semana de Vela, com uma flotilha de 25 barcos ocupando as raias de Ilhabela, a RGS teve disputas acirradas nas três categorias, A, B e C, com os primeiros colocados muito próximos um do outro na classificação geral. No geral, o campeão foi o Zeus de Paulo Fernando de Moura. O time ainda chamou a atenção por ser o mais festeiro da competição.

 

“Conseguimos manter o objetivo e focar no campeonato, que era essencial para a gente. Nos mantivemos na ponta e garantimos o título. A comissão de regatas se mostrou muito competente nas provas finais, fazendo uma regata mais curta, para acabar mais ou menos no limite do tempo. O evento foi um sucesso”, analisou Fábio de Carvalho, o Gereba, do Zeus. “Quero agradecer a toda a tripulação do Zeus, todos os velejadores e toda a organização, foi tudo muito bacana”.

 

Bicampeonato e homenagem ao ícone da vela entre os Clássicos

 

O Madrugada conquistou o título da competição entre os Clássicos pelo segundo ano consecutivo, após mais uma campanha impecável, liderando a disputa de ponta a ponta. O barco comandado por Niels Rump é considerado um dos ícones da vela oceânica brasileira. Desta vez, a tripulação viveu a experiência de receber como troféu uma réplica do modelo do seu próprio veleiro.

 

“Esta semana foi muito emocionante para nós, por termos tido o barco homenageado pelo evento. É muito bom ter essa conquista, ajudando a incentivar as novas gerações a velejar”, destacou o comandante Niels Rump.

 

Vitória caseira na C-30

 

O título da C-30 ficou em casa. O Caballo Loco liderou a competição de ponta a ponta. Mas travou uma disputa bem equilibrada com o Kaikias e o Katana. Garantiu a vitória com um quinto e um segundo lugar nas últimas regatas.

 

Mauro Dottori, comandante do barco e diretor de vela do Yacht Club de Ilhabela, falou sobre o final da competição e fez um balanço da Semana de Vela. “A regata de hoje foi difícil. Tivemos um vento sul entrando pelo canal no começo da prova, um vento muito fraco. A segunda prova praticamente foi anulada para os C-30 e os HPE-25. Aí o Cuca, como sempre com uma fé impressionante, cheirando o vento, levou a gente para o leste e conseguiu fazer uma última regata, com vento soprando em 12 ou 13 nós”, explicou Mauro. “O mais gostoso é terminar o evento com esse astral, com esse visual lindo de Ilhabela. É só pra gente ter vontade de fazer logo a próxima edição”.

 

Domínio consolidado na HPE-25

 

Favorito, o Ginga conquistou o sexto título da Semana Internacional de Vela de Ilhabela. A equipe liderada por Breno Chvaicer teve como trunfo o entrosamento, a técnica e o conhecimento das raias de Ilhabela, e conseguiu manter a regularidade durante toda a semana.

 

“O que mais pesou para a nossa vitória foi essa regularidade. Ganhamos apenas duas das seis regatas. Mas, em compensação, fizemos três segundos lugares e um terceiro”, apontou o comandante Breno Chvaicer.

 

Duas décadas depois, bicampeonato na Bico de Proa

 

O Bacanas IV retornou à Ilhabela após mais de vinte anos para vencer todas as regatas da Semana de Vela e ficar com o título da competição, na classe Bico de Proa A. A vitória teve um significado especial para a tripulação, campeã do evento em 1994. “Faz mais de vinte anos que estivemos aqui da última vez e gostamos muito desta competição. A comissão de regata é boa pra caramba, fazendo a largada na hora certa, na raia certa. Não tem como dar errado, tivemos ótimas provas”, elogiou o comandante Christian Lundgren. “Havia um barco mais veloz que o nosso, mas compensamos nas manobras e nas táticas. Gostamos muito das velejadas aqui.”

 

Na categoria Bico de Proa B, o H2Orça de Hilpert Zamith foi o campeão. E o Newport de Ruy Mendes Vita confirmou o favoritismo na Bico de Proa C, com três vitórias e dois segundos lugares.

 

Estreia

 

A classe Mini Transat 6.50 foi a estreante da 46ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela. Os barcos de apenas 21 pés, próprios para longas travessias oceânicas e resistente às condições mais severas do clima, mostraram bom desempenho nas raias da Ilha. O título ficou com o Daddy-O, de José Carlos Rodrigues de Souza, o Crispim, presidente da categoria no Brasil.

 

Os campeões

 

ORC – Pajero

ORC A – Pajero

ORC B – +Bravíssimo

IRC – Rudá

IRC A – Danadão

IRC B – Asbar IV

RGS – Zeus

 

RGS A – Zeus

RGS B – BL3 Urca

RGS C – Aquarius

BDP A – Bacanas IV

BDP B – H2Orça

BDP C – Newport

HPE-25 – Ginga

C-30 – Caballo Loco

Clássicos – Madrugada

Mini – Daddy-O

Multicascos – Maré XX

 

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