É verdade que quem visita o litoral durante o verão quer mesmo é ir para a praia, e em Ilhabela não é diferente. Na estação mais quente do ano, milhares de turistas, veranistas e visitantes passam por aqui e lotam as areias das dezenas de praias da cidade.

 

Mas quem pensa que um mergulho no mar é a única maneira de se refrescar por aqui, está enganado. Ilhabela tem dezenas de cachoeiras escondidas entre suas matas, algumas delas com trilhas estruturadas para o ecoturismo, através das quais, após poucos minutos de caminhada, é possível curtir um energizante banho cercado pelo frescor da natureza.

 

Como mais de 80% do território de Ilhabela está protegido pela criação de um Parque Estadual, o arquipélago preserva uma das maiores faixas contínuas de Mata Atlântica do Estado de São Paulo, onde é possível observar centenas de espécies de plantas e árvores nativas, animais silvestres e diversos tipos de pássaros, além de encontrar águas limpas e cristalinas nas várias quedas d’água que se formam na região.

 

Para facilitar o acesso a algumas dessas cachoeiras e incentivar a prática do ecoturismo, há trilhas estruturadas e de fácil percurso, como as da Água Branca e dos Três Tombos, onde o visitante é guiado por placas e painéis informativos que além de dar dicas sobre o trajeto, promovem a consciência ambiental e ecológica dos visitantes.

 

E para quem gosta de caminhar pela mata, há trilhas de nível médio, com maior tempo de duração, que podem ser percorridas sem a ajuda de guias, como as que levam às cachoeiras da Laje e do Veloso.

 

 

Cachoeira dos Três Tombos

 

É ideal para quem quer curtir um bom banho de cachoeira sem ter que enfrentar longas caminhadas, pois é possível estacionar o carro a poucos metros do acesso à trilha e em menos de cinco minutos alcançar a primeira queda. A visita é auto-guiada e o caminho bem estruturado, com degraus, corrimãos, pontes de madeira, bancos para descanso e placas indicativas. A trilha inteira tem apenas 255 metros de extensão e é percorrida em 15 minutos.

 

Na primeira parada, uma queda d’água com mais de 5 metros de altura cai sobre uma piscina natural formada por areia e pedras, ideal para banho. Graças à facilidade de acesso e estrutura local, é uma boa opção para famílias com crianças.

 

Alguns metros acima está a segunda queda, onde o acesso à água é mais difícil pois não há poço para banho e as pedras são escorregadias.

 

Poucos minutos de caminhada levam à terceira queda, que despenca de um paredão rochoso de mais de 20 metros de altura cercado pelo verde da mata, formando uma bela paisagem. Também não há poço para banho, mas dá para chegar às duchas formadas pela queda através das grandes pedras que cercam a cachoeira.

 

O acesso à trilha dos Três Tombos fica dentro de um condomínio, mas como ela faz parte do Parque Estadual a entrada de visitantes deve ser permitida. O acesso para o condomínio fica na avenida que leva ao sul da ilha, um pouco antes da entrada da Praia da Feiticeira e há uma placa indicando: “Cachoeira dos Três Tombos”. Depois de passar pela portaria do condomínio, permaneça sempre à direita até chegar ao início da trilha.

 

 

Trilha da Água Branca

 

Próxima ao início da estrada que dá acesso à Baía de Castelhanos, praia de difícil acesso mais visitada de Ilhabela (só é possível chegar de barco ou em veículos 4×4), a Trilha da Água Branca também foi estruturada para a prática de ecoturismo e conta com um posto de informações, mapa, banheiros e água potável em um quiosque instalado na entrada da trilha.

 

Com 2,5 quilômetros de extensão e cinco quedas d’água, é um verdadeiro parque natural, com duchas e piscinas cercadas por árvores e plantas nativas. O primeiro poço está a apenas 100 metros da entrada e todo o caminho é sinalizado. Há placas que promovem a educação ambiental e dão informações sobre espécies nativas, além de escadas e corrimãos nas áreas desniveladas e bancos para descanso e contemplação. Também foi construída uma torre de observação de pássaros e toda a madeira utilizada na trilha (eucalipto tratado) é de origem certificada.

 

O acesso à trilha fica a quatro quilômetros do início da estrada que dá acesso à praia de Castelhanos e há estacionamento no local.

 

 

Cachoeira da Laje 

 

Considerada uma das mais bonitas da região, a Cachoeira da Laje fica no extremo sul da ilha, na trilha que leva à praia do Bonete, e o grande volume de seu curso d’água forma diversas piscinas de água cristalina, além de tobogãs e duchas naturais.

 

A caminhada de nível médio leva cerca de 40 minutos e embora não haja a mesma estrutura turística instalada nas outras trilhas, o caminho para a cachoeira é aberto e bem marcado, podendo ser percorrido sem a ajuda de um guia. Como a visitação não é monitorada, vale lembrar que a preservação do local depende da consciência e respeito do turista.

 

A trilha começa na Sepituba, ao final do asfalto no lado sul da ilha. É possível estacionar o carro ou ir de ônibus até o final da estrada e a partir daí seguir a pé.

 

 

 

Cachoeira de Veloso

 

Cerca de quarenta minutos de caminhada morro acima em uma trilha de nível médio levam à cachoeira do Veloso, onde a água despenca de um imponente paredão irregular com mais de 50 metros de altura, formando uma paisagem impressionante. Só o visual já valeria a viagem, mas para completar o passeio, uma enorme piscina natural, perfeita para um banho refrescante, convida os visitantes a passar o dia por ali, aproveitando a natureza e o sossego da mata.

 

Através da piscina natural é possível ainda chegar aos degraus de pedra próximos à queda e relaxar sob a intensa ducha de água fria. Entre um banho e outro, grandes pedras servem para tomar sol, bater papo ou simplesmente contemplar a paisagem.

 

O acesso à cachoeira fica em uma propriedade particular e há até uma pequena lanchonete onde é possível comprar água ou comer e beber algo antes ou depois da trilha.

 

 

Não se esqueça!

 

ü  Leve consigo todo o lixo que produzir e, se puder, ajude a recolher qualquer resíduo que encontrar. A natureza agradece!

 

ü  Caminhe com calma, apenas pelas trilhas e respeite o silêncio, as plantas e os animais.

 

ü  Não retire nada da trilha ou da mata.

 

ü  Observe atentamente os lugares onde pisa e apóia as mãos.

 

ü  Nas trilhas mais longas, utilize calçados e roupas apropriadas.

 

ü  Leve um bom repelente. A falta dele vai transformar seu passeio em um pesadelo.