Os dez títulos na classe Laser conquistados no ano, entre eles o bicampeonato olímpico e o hepta mundial, fizeram a Federação Internacional de Vela (ISAF) reconhecer o talento de Robert Scheidt. Em Copenhague, na Dinamarca, o velejador de 31 anos recebeu o prêmio de melhor velejador do mundo em 2004, repetindo o feito de 2001. Além de Scheidt, somente o inglês Ben Ainslie, hoje na classe Finn, foi eleito duas vezes, em 1998 e 2002. “É a coroação da temporada, o maior prêmio do Iatismo no mundo, o Oscar da Vela”, afirma Robert, que é patrocinado pelo Banco do Brasil, Medley Genéricos, Varig e Volvo Car Brasil e integra a Equipe Petrobras de Vela. “A temporada não podia ter sido melhor. Acho que 2004 foi o ano em que mais velejei na vida. Nunca passei tanto tempo na água, disputando competições nas classes Laser, Star e Oceano. E valeu a pena”, completa. Para ser coroado o melhor do mundo em 2004, Robert foi o mais votado entre as 115 federações nacionais de Vela filiadas à ISAF. Foram levados em conta os títulos conquistados pelos velejadores indicados entre setembro de 2003 e agosto de 2004. Nesse período, Scheidt foi vice mundial em Cadiz e venceu os campeonatos Centro-Sul-Americano, Semana de Hyères, na França, Semana de Kiel, na Alemanha, Mundial de Bodrum, na Turquia, e Olimpíada de Atenas. Entre os dez adversários que competiam com o brasileiro na premiação da ISAF estavam todos os medalhistas de ouro em Atenas. “Sinceramente eu não esperava ser o vencedor. Fiquei muito surpreso porque todos os concorrentes têm um talento indiscutível. Sem falar no desempenho de adversários como o Torben Grael e o Marcelo Ferreira, que conquistaram o bi olímpico com uma regata de antecedência, e do Ben Ainslie, que ganhou quase todos os campeonatos desde que mudou para a classe Finn, inclusive o bicampeonato olímpico e o Mundial.” Com a eleição da ISAF, Scheidt faz de 2004 não só o ano mais vitorioso da carreira, com 14 títulos até o momento, mas também o mais marcante desde que começou a velejar, com apenas 9 anos. “As coisas deram certo o tempo todo, principalmente em Kiel, no Campeonato Grego e no Mundial de Bodrum. Nessas três competições, cheguei ao último dia de provas podendo ser primeiro, segundo ou terceiro colocado. Mas a estrela brilhou em todas as ocasiões e fiquei com os títulos.”