A Semana Internacional de Vela de Ilhabela terminou sua 33ª edição como uma unanimidade entre os velejadores. Com recorde de barcos inscritos e os melhores veleiros da América do Sul competindo, o evento confirmou seu crescimento com qualidade. Prova disso foi a vitória dos campeões mundiais da classe IMS, os uruguaios do Memo Memulini, os primeiros estrangeiros a ganhar em Ilhabela, e a presença de 194 barcos de cinco países, 13 deles de fora do Brasil.

“Foi uma semana estressante, com a falta de ventos em alguns dias, mas o nível da competição foi dos mais altos. Os estrangeiros saem contentes com o evento e isso é uma prova que tudo deu certo. Nosso objetivo não é sempre bater recordes, mas fazer um evento melhor a cada ano”, diz José Nolasco, presidente do comitê organizador da Semana de Vela e diretor de vela do Yacht Club de Ilhabela.

Comandante do Memo Memulini, o uruguaio Ricardo Fabini deixa Ilhabela prometendo retornar. “Se depender de nós, voltaremos no ano que vem. Gostei muito do evento. O nível foi muito alto e foi divertido velejar”, disse.

Oito vezes campeão mundial da classe Laser e vencedor da IMS 600 como tático do veleiro baiano Odoyá, Robert Scheidt também destacou o bom nível técnico do evento. “A Semana se tornou internacional realmente. Os barcos estrangeiros estão cada vez mais fortes e isso estimula também os brasileiros, que, com certeza, vão voltar ainda mais preparados no ano que vem para reconquistar o título”.

Nelson Ilha, campeão a bordo do Memo Memulini e árbitro internacional mais respeitado do Brasil, vai ainda mais longe. “A Semana de Vela de Ilhabela pode ser considerada como o segundo melhor evento do gênero no mundo, atrás apenas da Copa do Rei, na Espanha. Nesta edição, tivemos os melhores barcos da América do Sul competindo aqui, o que aumentou ainda mais o nível técnico. Um dos principais motivos foi a antecipação do evento que não coincidiu com a Copa do Rei, que acontece no início de agosto”, explicou Nelson Ilha.

 

Matador é campeão sul-americano

Um dos motivos para a força dos veleiros estrangeiros foi a realização do X Campeonato Sul-Americano de IMS durante a Semana de Vela. O vencedor da competição foi o argentino Matador, segundo colocado em Ilhabela e vencedor na primeira etapa do circuito, no começo do ano em Punta del Este, no Uruguai. O segundo colocado foi o Memo Memulini e o terceiro, o brasileiro Cristabella.

Em 2007, mais uma vez o Sul-Americano será disputado durante a Semana de Vela. Isso deve aumentar ainda mais o nível da competição. “Essa integração entre os barcos na América do Sul vai ajudar muito no crescimento da vela no continente. Neste ano, três brasileiros disputaram a etapa uruguaia do Sul-Americano. No ano que vem, cinco ou seis barcos deverão participar”, antecipa Nolasco.

“A presença dos barcos estrangeiros, mais atualizados, só motiva os brasileiros. Esse intercâmbio é altamente positivo e só motiva os brasileiros a se atualizarem ainda mais, para disputar em pé de igualdade. Acho que, a partir de agora, teremos mais brasileiros competindo pela América do Sul”, afirma Joca Signorini, velejador olímpico, veterano da Volvo Ocean Race a bordo do Brasil 1 e regulador de velas do Oi/Nokia/Sorsa III, terceiro colocado nesta edição.

 

 

 

Lars Grael é Fita Azul pela segunda vez consecutiva na Regata Alcatrazes

Pelo segundo ano consecutivo, Lars Grael foi o mais rápido na abertura da Semana Internacional de Vela de Ilhabela. No comando do Agripina/Asa Alumínio, ele foi o primeiro a completar a Regata Eldorado Alcatrazes por Boreste – Marinha do Brasil. O barco carioca cruzou a linha de chegada às 19h45min25s, completando as 55 milhas (cerca de 100km) em 7h14min25s.

No ano passado, Lars também tinha sido o fita azul na regata de abertura em Ilhabela. Ele foi o tático do argentino Fortuna III, que bateu o recorde da prova com 6h53min27s. “Foi uma prova bem complicada para os barcos grandes, como esse, principalmente a ida, até Alcatrazes. A volta, porém, foi muito boa. É um barco muito gostoso de velejar”, diz o medalhista olímpico.

Ex-Secretário da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo, Lars agora volta a se dedicar integralmente ao esporte. “Eu deixei a Secretaria no final de maio e estou envolvido em alguns projetos importantes, como a campanha para o mundial de 12 metros, no ano que vem, em Cannes, na França, e as competições com o Agripina/Asa Alumínio. Além disso, continuarei velejando na classe Star, que é a mais forte do Brasil. Não chamo de campanha olímpica, mas é sempre um prazer velejar em uma classe tão forte e com alguns dos melhores do mundo”.

 

 

Velejadores do Brasil 1 reforçam Cristabella na Semana de Vela de Ilhabela

 

André Fonseca, o Bochecha, e Horacio Carabelli integraram a tripulação do veleiro comandado por Dario Queiroz Galvão.

 

Representante brasileiro na disputa pelo título do Campeonato Sul-Americano de Oceano, cuja segunda e última etapa foi disputada na 33ª. Semana Internacional de Vela de Ilhabela, o veleiro Cristabella, comandado por Dario Queiroz Galvão, contou com o reforço de André Fonseca, o Bochecha, e Horacio Carabelli, dois integrantes da tripulação do Brasil 1, o primeiro barco brasileiro a participar da Volvo Ocean Race, a mais tradicional regata de volta ao mundo.

Com a experiência adquirida em oito meses de regata por alguns dos lugares mais inóspitos do planeta, Bochecha e Carabelli ajudaram a tripulação do Cristabella – um Judel Vrolijk de 47 pés (14,3 metros), fabricado na Grã-Bretanha – na briga pelo título tanto do Sul-Americano como o da Semana de Vela. Foi a primeira competição de Oceano dos dois velejadores, depois do brilhante terceiro lugar obtido na regata de volta ao mundo.

“Tenho certeza de que a competição será muito equilibrada. Foi investido muito em material e em tripulação e vários barcos brasileiros e estrangeiros têm condições de brigar pelo título”, afirmou Bochecha, campeão de Ilhabela em 2000, com o Curupira e tripulante do Magia IV, de Torben Grael, em 2004.

Horacio Carabelli, que acumulou a função de velejador e diretor técnico do Brasil 1, também tem experiência em Ilhabela. Um exemplo disso é que fez parte da tripulação do V-Max, campeão da Semana de Vela de 1999.

No Sul-Americano de Oceano, o barco brasileiro, que no ano passado competiu em Ilhabela com o nome de Mitsubishi Motors, teve como adversários o uruguaio Memo Melunini, campeão mundial IMS, o chileno Maseratti, e os argentinos El Matador, Gaúcho, L’Amateur, Patagônia, Matrero, Nubium e Matrix IMS. A primeira etapa do Campeonato Sul-Americano foi disputada em janeiro em Punta Del Este, no Uruguai.

Além de Bochecha e Carabelli, o bicampeão olímpico Marcelo Ferreira, regulador de velas, e Joca Signorini, timoneiro e regulador de velas do Brasil 1, também velejaram em Ilhabela. Marcelo, proeiro de Torben Grael na classe Star, comandantou o Áries IV.  Já Signorini integrou a tripulação do Sorsa.

 

Mudanças para 2007

Com a melhora do nível técnico, a organização da Semana de Vela deve também adotar algumas mudanças para melhorar ainda mais a competição. A infra-estrutura do Yacht Club de Ilhabela, por exemplo, vai ganhar uma marina flutuante com cerca de 140 novas vagas para veleiros, permitindo o aumento no número de participantes.

“Também devemos fazer mais regatas barla-sota no ano que vem, para as classes mais competitivas. A tendência é de que tenhamos seis ou sete regatas nas classes IMS e ORC, ocupando também a segunda e terça-feiras que hoje são dias de folga no evento e quando é disputado apenas o Grand Pirx”, explica Nolasco. Em 2007, a Semana de Vela começa no dia 7 de julho. Será o último evento antes do Pan-Americano do Rio de Janeiro.

 

 

Classificação final da 33ª. edição

IMS 500

1. Memo Memulini (URU) – 7 pontos perdidos

2. Matador (ARG) – 10

3. Oi/Nokia/Sorsa III (BRA) – 12

4. Touche (BRA) – 17

5. Skin/Áries IV (BRA) – 20

6. Mitsubishi/Gol (BRA) – 21

7. Maximus (BRA) – 21

8. Cristabella (BRA) – 23

9. Asa Alumínio (BRA) – 24

 

IMS 600

1. Odoyá (BRA) – 10

2. Ventaneiro (BRA) – 12

3. Matreiro (BRA) – 14

4. Maserati (CHI) – 19

5. Patagônia III (ARG) – 20

 

IMS 670

1. Casca Grossa (BRA) – 7

2. Nubium (ARG) – 8

3. L’amateur (ARG) – 9

4. Força 12 (BRA) – 125. Rocket Power (BRA) – 19

 

ORC 600

1. Manos Champ (BRA) – 10

2. Viva (BRA) – 11

3. Enigma-Animale (BRA) – 12

4. Asterix (BRA) – 13

5. Vizcaya (BRA) – 13

 

ORC 670

1. Mahalo (BRA) – 9

2. Super Pimpo (BRA) – 16

3. Lucky (BRA) – 16

4. Realizado (BRA) – 18

5. Avohai (BRA) – 20

 

ORC 700

1. Mystic (BRA) – 7

2. Bravissimo (BRA) – 12

3. Alvara (BRA) – 13

4. Rajada (BRA) – 15

5. CIB’S (BRA) – 19

 

RGS A

1. Atmosphera – 11

2. KeeKee – 12

3. Aramis – 13

4. Cinco Laninã – 16

5. Sun Fizz – 16

 

RGS B

1. Bruxo – 7

2. Blue Label – 9

3. Jambock – 14

4. BL-3 – 15

5. Açores II – 17,5

 

RGS C

1. Asbar I – 5

2. Nomad – 10

3. Malatesta – 13

4. Mandinga RGS – 16

5. Abusado II – 19

 

HPE

1. Surfer Spirit – 5

2. Xereta – 12

3. U Win – 13

4. Repeteco – 17

5. Arisco – 19

 

X Campeonato Sul-Americano de IMS

IMS 500

1. Matador (ARG) – 18

2. Memo Memulini (URU)- 20,80

3. Cristabella (BRA) – 40,00

4. SORSA III (BRA) – 60,00

5. MERCENARIO 4 (ARG) – 61,40

 

IMS 600

1. Matrero (ARG) – 30,80

2. Matrix (ARG) – 43,40

3. Patagonia 3 (ARG)- 50,60

4. Sur (ARG) – 71,20

5. Audi (ARG) – 79,60

 

IMS 670

1. L’amateur (ARG) – 22,80

2. Wonder Wooman (ARG) – 30,00

3. Enigma (ARG) – 40,40

4. Quara (ARG) – 42,60

5. Dynamo (ARG) – 52,20

A 33ª. Semana de Vela de Ilhabela foi organizada pelo Yacht Club de Ilhabela (YCI) e a Impact Sports, com o apoio da Mitsubishi Motors, Semp Toshiba, Yacaminn, Medley, Runner, Trio, UOL, Revista Velejar, Rádio Eldorado, Nautos, North Sails, Brancante, Associação Brasileira de Veleiros de Oceano (ABVO), PIC Pindá Iate Clube, Federação Brasileira de Vela e Motor, Prefeitura Municipal de Ilhabela, Marinha do Brasil e programa Mar Brasil.